Pensados, ditos e escritos.

terça-feira, janeiro 31, 2012

Obrigado

Que frio corre este princípio de noite, por essa Lisboa fora.
Só o desalento e a chuva, miudinha mas pesada, ficaram por perto.
Ninguém mais quis ser companheiro de tamanha desgraça.
Só, abateu-se por essas ruas fora, sem mais a quem aquecer, sem mais quem lhe aquecer o coração.
Voltou-se e, dando um só passo, descompassado, trôpego e em falso, encheu-se de um vazio imenso enquanto mergulhava no frio, puxado pela escuridão da noite.
Já não era senão sombra, alma penada vazia de sentido, perdida no seu próprio labirinto, condenado a vaguear até à luz da aurora, uma aurora sem hora marcada. Teria de ser ele a encontrá-la, a trazê-la dentro de si, alimentá-la e deixá-la florescer, para depois lhe seguir os passos.
Pesado e agora só, seguiu sem saber bem para onde, apenas com Deus no horizonte. É firme a esperança que n’Ele tem, que o sustenta e dá vigor para enfrentar o amanhã!
Todo o caminho tem que ser percorrido, toda a vida refeita e todo, mas todo o ser, tem que se encontrar, consigo, com a Paz, e com o Criador que o guia, e lhe procura a Felicidade.

JG
Algés, aos 31 de Janeiro de 2012

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