Pensados, ditos e escritos.

sábado, março 10, 2007

Tardes de Quinta-feira

A gente formiga em enchente até à rua.
Porra para a música! Os índios ainda a ver se enganam quem passa.
Tocam tão bem que até com as flautas no saco a xaranga continua!
Maquilho-me com sorrisos para distribuir na passadeira às almas que param por mim (eu não parava, por este mim não).
Eles devolvem-me uns verdadeiros.
É incrível como até aqui a corrupção chega. Sorrisos amarelos de bolor por sorrisos sinceros.
Sinto-me mal com o meu papel, ou a falta dele. No fundo acho é medo de me ligar e deixar entrar.
Abro os olhos, tanto que choro com as alfinetadas do vento frio, para te encontrar.
E tu nada. Indiferente.
Desapontas-me em cada carro onde não passas, em cada aceno que escondo, porque não estás lá.
Quem és tu?
A Lua vai alta, na cidade que flui vazia, a caminho de casa.
Entrei e fechei bem a porta, não fosse o vácuo seguir-me cá para dentro.